Banca: Vunesp
Cargo: Escrivão de
Polícia
71.
Segundo a lógica aristotélica, as proposições têm como uma de suas propriedades
básicas poderem ser verdadeiras ou falsas, isto é, terem um valor de verdade.
Assim sendo, a oração “A Terra é um planeta do sistema solar”, por exemplo, é
uma proposição verdadeira e a oração “O Sol gira em torno da Terra”, por sua
vez, é uma proposição comprovadamente falsa. Mas nem todas as orações são
proposições, pois algumas orações não podem ser consideradas nem verdadeiras e
nem falsas, como é o caso da oração:
(A) O
trigo é um cereal cultivável de cuja farinha se produz pão.
(B)
Metais são elementos que não transmitem eletricidade.
(C) Rogai
aos céus para que a humanidade seja mais compassiva.
(D) O
continente euroasiático é o maior continente do planeta.
(E) Ursos
polares são répteis ovíparos que vivem nos trópicos.
NÃO são proposições: sentenças interrogativas, exclamativas,
imperativas, afirmativa (sem verbo), sentenças abertas (aquela cujo resultado V
ou F é desconhecido).
“Rogai aos céus para que a humanidade seja mais
compassiva” (Imperativa)
----------- Alternativa (C)
72. Um
dos princípios fundamentais da lógica é o da não contradição. Segundo este
princípio, nenhuma proposição pode ser simultaneamente verdadeira e falsa sob o
mesmo aspecto. Uma das razões da importância desse princípio é que ele permite
realizar inferências e confrontar descrições diferentes do mesmo acontecimento
sem o risco de se chegar a conclusões contraditórias. Assim sendo, o princípio
da não contradição
(A)
fornece pouco auxílio lógico para investigar a legitimidade de descrições.
(B)
permite conciliar descrições contraditórias entre si e relativizar conclusões.
(C) exibe
propriedades lógicas inapropriadas para produzir inferências válidas.
(D)
oferece suporte lógico para realizar inferências adequadas sobre descrições.
(E)
propicia a produção de argumentos inválidos e mutuamente contraditórios.
Por exclusão de alternativas que contrariam o
enunciado ou que contenham palavras-chaves (sublinhado):
(A) “pouco auxílio”
(B) “descrições contraditórias”
(C) “propriedades lógicas inapropriadas”
(E) “produção de argumentos inválidos”
----------------- Alternativa (D)
73. Um
argumento é considerado válido quando sua conclusão se segue logicamente das
premissas. Mas um argumento pode ser logicamente válido e, mesmo assim, dar
origem a uma conclusão comprovadamente falsa. Isso ocorre porque
(A) a
conclusão do argumento não decorre das premissas.
(B) a
premissa maior do argumento é sempre verdadeira.
(C) todas
as premissas do argumento são verdadeiras.
(D) a
premissa menor do argumento é sempre falsa.
(E) pelo
menos uma premissa do argumento é falsa.
Quando a conclusão é completamente derivada das
premissas, temos as seguintes possibilidades:
- Premissas verdadeiras e conclusão verdadeira;
- Algumas ou todas as premissas falsas e uma
conclusão verdadeira;
- Algumas ou todas as premissas falsas e uma
conclusão falsa. -------- Alternativa (E)
74. As
proposições que compõem as premissas e a conclusão dos silogismos podem ser (I)
universais ou particulares e (II) afirmativas ou negativas. Considerando estas
possibilidades, é correto afirmar que a proposição
(A)
“Nenhum ser humano é imortal” é universal e negativa.
(B)
“Todos os seres vivos não são organismos” é particular e negativa.
(C)
“Algum ser vivo é mortal” é universal e afirmativa.
(D)
“Sócrates é imortal” é universal e afirmativa.
(E)
“Nenhum organismo é mortal” é particular e afirmativa.
UNIVERSAL
|
|
PARTICULAR
|
|
UNIVERSAL
AFIRMATIVA
|
Todo S é P.
|
UNIVERSAL
NEGATIVA
|
Nenhum S é P.
|
PARTICULAR
AFIRMATIVA
|
Alguns S são P.
|
PARTICULAR
NEGATIVA
|
Alguns S não são P.
|
(A) “Nenhum ser humano é imortal” é universal e
negativa. ----------- Alternativa (A)
(B) “Todos os seres vivos não são organismos” é universal
e afirmativa.
(C) “Algum ser vivo é mortal” é particular e
afirmativa.
(D) “Sócrates é imortal” é particular e afirmativa.
(E) “Nenhum organismo é mortal” é particular e negativa.
75. Os
silogismos são formas lógicas compostas por premissas e uma conclusão que se
segue delas. Um exemplo de silogismo válido é:
(A)
Curitiba é capital de Estado. São Paulo é capital de Estado. Belém é capital de
Estado.
(B)
Alguns gatos não têm pelo. Todos os gatos são mamíferos. Alguns mamíferos não
têm pelo.
(C) Todas
as aves têm pernas. Os mamíferos têm pernas. Logo, todas as mesas têm pernas.
(D) Antes
de ontem choveu. Ontem também choveu. Logo, amanhã certamente choverá.
(E) Todas
as plantas são verdes. Todas as árvores são plantas. Todas as árvores são
mortais.
Com base nas duas premissas, obtemos os seguintes
diagramas:
- Alguns
gatos não têm pelo;
- Todos os gatos são mamíferos.
A região hachurada corresponde à conclusão “Alguns
mamíferos não têm pelo”.
-------- Alternativa (B)
Comentários das demais alternativas:
(A) 3 premissas e nenhuma conclusão;
(C) Conclusão não deriva das premissas;
(D) Conclusão não deriva das premissas (Argumento
Indutivo);
(E) Conclusão não deriva das premissas;
76.
Considerando a premissa maior “Nenhum inseto tem coluna vertebral” e a premissa
menor “Todas as moscas são insetos”, a conclusão correta do silogismo válido é:
(A)
“Nenhum inseto é mosca”.
(B)
“Alguns insetos não são moscas”.
(C)
“Nenhuma mosca tem coluna vertebral”.
(D) “Alguns
insetos têm coluna vertebral”.
(E)
“Algumas moscas são insetos”.
Com base nas duas premissas, obtemos dois
diagramas:
-------- Alternativa (C)
Comentários das demais alternativas:
(A) Algum inseto é mosca;
(B) Conclusão inválida, pois no diagrama I é
possível que todos os insetos sejam moscas;
(D) Nenhum inseto tem coluna vertebral;
(E) Toda mosca é inseto.
77.
Considere as seguintes premissas: “Todos os generais são oficiais do exército”.
“Todos os oficiais do exército são militares”. Para obter um silogismo válido,
a conclusão que logicamente se segue de tais premissas é:
(A)
“Alguns oficiais do exército são militares”.
(B)
“Nenhum general é oficial do exército”.
(C)
“Alguns militares não são oficiais do exército”.
(D)
“Todos os militares são oficiais do exército”.
Em todos os diagramas, todos os generais são militares.
-------- Alternativa (E)
Comentários das demais alternativas:
(A) Todos os oficiais do exército são militares;
(B) Todos os generais são oficiais do exército;;
(C) Conclusão inválida, pois nos diagramas I.I e
I.II é possível que todos os militares sejam oficiais do exército;
(D) Conclusão inválida, pois nos diagramas II.I e II.II
é possível que alguns militares sejam oficiais do exército;
78. A
implicação é um tipo de relação condicional que pode ocorrer entre duas
proposições e desempenha um importante papel nas inferências em geral. Esta
relação é adequadamente descrita por meio da expressão
(A) “Isto
ou aquilo”.
(B) “Isto
e aquilo”.
(C) “Não
isto ou não aquilo”.
(D) “Se
isto então aquilo”.
(E) “Nem
isto e nem aquilo”.
Símbolo
|
Relação
|
Significado
|
|
~
|
Negação
|
Não
|
|
^
|
Conjunção
|
e
|
|
v
|
Disjunção
inclusiva
|
ou
|
|
v
|
Disjunção
exclusiva
|
Ou isto,
ou aquilo.
|
|
→
|
Condicional
|
Se isto,
então aquilo.
|
----- Alternativa (D)
|
↔
|
BIcondicional
|
se, e
somente se,
|
79.
Detectar narrativas mentirosas é uma tarefa cognitiva muito árdua que envolve o
raciocínio lógico e informação sobre os acontecimentos em questão. Mas quando
se tem informações limitadas sobre os acontecimentos, o raciocínio lógico desempenha
um importante papel para a detecção de narrativas mentirosas. Isto ocorre
porque
(A) os
acontecimentos aparecem em sua sequência temporal ao observador atento.
(B) o uso
do raciocínio lógico permite frequentemente detectar inconsistências.
(C) o
raciocínio lógico em nada contribui para reconhecer narrativas mentirosas.
(D) a
detecção de narrativas mentirosas é uma tarefa cognitiva muito fácil.
(E) a
falsidade da narrativa é sempre evidente sem necessidade de raciocinar.
Por exclusão de alternativas que contrariam o
enunciado ou que contenham palavras-chaves (sublinhado):
(A) “em sequencia temporal” e “observador atento”;
(C) “em nada contribui”
(D) “muito fácil”
(E) “sem necessidade”
----------------- Alternativa (B)
80. Três
amigas – Cláudia, Luiza e Ângela – gostam de ler livros, jornais e revistas,
não necessariamente nessa ordem, e cada uma delas aprecia apenas um desses
tipos de leitura. Uma delas tem 20 anos, outra tem 30 e a outra tem 40. Sabendo
que Cláudia tem 20 anos, que Ângela gosta de ler revistas e que Luiza não tem
30 anos e não gosta de ler jornais, assinale a alternativa correta.
(A) Luiza
tem 40 anos e Cláudia gosta de ler jornais.
(B)
Ângela tem 40 anos e Luiza gosta de ler livros.
(C) Luiza
gosta de ler revistas e Ângela tem 30 anos.
(D)
Cláudia gosta de ler livros e Ângela tem 40 anos.
(E)
Ângela tem 40 anos e Luiza gosta de ler livros.
Construímos uma tabela com as três informações
(Nome, Leitura e Idade).
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
A partir disso, fazemos as relações com base no
enunciado e destacamos em cores.
- Cláudia tem 20 anos;
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
- Ângela gosta de ler revistas;
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
- Luiza não tem 30 anos;
Comentário: Como Cláudia tem 20 anos, Luiza só pode
ter 40 anos.
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
Comentário: Por dedução, sabe-se que Ângela tem 30
anos;
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
- Luiza não gosta de ler jornais;
Comentário: Luiza gosta de ler livros.
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
Comentário: Por dedução, sabe-se que Cláudia gosta
de ler jornais;
Cláudia
|
Livro
|
20
|
Luiza
|
Jornal
|
30
|
Ângela
|
Revista
|
40
|
Reordenando a tabela para facilitar a leitura,
temos:
Cláudia
|
Jornal
|
20
|
Luiza
|
Livro
|
40
|
Ângela
|
Revista
|
30
|
-------- Alternativa (A)
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